As amígdalas são pequenos órgãos localizados na parte de trás da garganta. Elas desempenham um papel importante no sistema imunológico, ajudando a combater infecções. No entanto, em alguns casos, elas podem se tornar um problema crônico, resultando em infecções frequentes e desconforto. Quando isso acontece, a cirurgia de amígdalas pode ser a solução. Neste artigo, vau explorar em detalhes o que envolve a cirurgia de amígdalas, quem pode precisar dela, o que esperar antes, durante e após o procedimento, além de alguns cuidados importantes.
Por que a cirurgia de amígdalas é necessária?
A cirurgia de amígdalas, também conhecida como amigdalectomia, é realizada quando as amígdalas se tornam cronicamente inflamadas, causando diversos problemas de saúde. Alguns dos motivos pelos quais essa cirurgia pode ser necessária incluem:
As principais indicações cirúrgicas são obstrução da via respiratória (respiração bucal, roncos ou engasgos), síndrome da apneia obstrutiva do sono, amigdalites de repetição, abscesso periamigdaliano e amigdalite crônica caseosa (casos em que restos de alimentos ficam acumulados e frequentemente são acompanhados de mau hálito).
1. Amigdalite Recorrente: Se uma pessoa sofre de múlticos episódios de amigdalite (infecção das amígdalas) ao longo de um ano, a cirurgia pode ser recomendada para evitar infecções futuras.
2. Amigdalite Crônica Caseosa: casos em que restos de alimentos ficam acumulados e frequentemente são acompanhados de mau hálito.
3. Ronco, respiração bucal, engasgos ou Apneia do Sono: Amígdalas aumentadas podem obstruir a passagem de ar durante o sono, levando a problemas respiratórios, como a apneia do sono. Elas também pode dificultar a alimentação causando engasgos e dificuldade de ingerir alimentos mais duros, sendo que a criança costuma ter preferencia por alimentos mais pastosos
4. Abcessos periamigdaliano prévio: Quando uma amigdalite se complica pode evoluir para um abcesso periamigdaliano, conhecido como abcesso peritonsilar.
Este abcesso geralmente é causado pela complicação de uma infecção bacteriana, onde há um acúmulo de secreção purulenta no espaço compreendido entre a amigdala palatina e o pilar amigdaliano.
Preparação para a Cirurgia
Antes da cirurgia de amígdalas, o paciente e sua equipe médica passam por uma série de etapas de preparação:
1. Consulta Médica: O paciente se consulta com um médico especializado para discutir a necessidade da cirurgia e tirar todas as dúvidas.
2. Exames Pré-Operatórios: Podem ser solicitados exames de sangue, e, em alguns casos, exames de imagem, para avaliar a saúde geral do paciente.
3. Jejum: O paciente geralmente precisa jejuar por algumas horas antes da cirurgia para evitar complicações anestésicas.
4. Avaliação com o Anestesista: É feita uma consulta pré operatória com a equipe de anestesia, onde será avaliada a saúde geral da criança, discutido tipo de anestesia a ser usado e também são realizadas orientações pre-operatórias, incluindo a necessidade de jejum ,
O Procedimento
A cirurgia de amígdalas é geralmente realizada em um hospital especializado e envolve os seguintes passos:
1. Anestesia: O paciente é anestesiado para evitar dor durante o procedimento.
2. Remoção das Amígdalas: O cirurgião remove as amígdalas, geralmente por meio da boca, sem a necessidade de cortes externos. A técnica clássica por disseção fria (ou seja, sem recurso a equipamentos que emitem calor) continua a ser a mais efetuada a nível mundial, e também continua a ser aquela que demonstra sucessivamente melhores resultados com um risco muito baixo de complicações. Após algum entusiasmo inicial provocado pelas chamadas técnicas a laser, rapidamente se chegou à conclusão que o laser acarretava mais complicações e mais dor no pós-operatório, sendo hoje em dia desaconselhada face às técnicas mais convencionais.
Recentemente, as evoluções tecnológicas têm trazido novas ferramentas para esta área, destacando-se a técnica por Coblation®, que limita os efeitos deletérios advindo do excesso de calor, e permite fazer uma cirurgia com perdas mínimas de sangue. Contudo, teoricamente pode ser mais comoda, mas acaba por acarretar mais custos, e ainda não demonstrou níveis de complicações inferiores à técnica clássica.
3. Recuperação pós operatória: Quando estiver acordando da cirurgia, a criança é encaminhada a sala de recuperação anestésica,onde costuma ficar acompanhada de um de seus pais. A seguir, é encaminhada ao quarto, onde receberá alimentação liquida e fria e ainda receberá medicações analgésica. Geralmente, o paciente pode ter alta hospitalar no mesmo dia. Raramente há necessidade de internação de mais de um dia.
Recuperação
A recuperação da cirurgia de amígdalas varia de pessoa para pessoa, mas, em média, leva cerca de uma semana. Durante esse período, o paciente pode experimentar dor na garganta, dificuldade para engolir e outros sintomas que podem ser gerenciados com medicamentos e cuidados adequados. Pode ocorrer mau hálito que cede em poucos dias e Febre baixa. Pode ocorrer ainda a saída de sangue em pequena quantidade nos primeiros dias após a cirurgia, geralmente com fácil controle.É importante seguir as orientações médicas sobre repouso e dieta durante o período de recuperação.
Cuidados após a cirurgia
Alimentos quentes e duros devem ser evitados nos primeiros dias após a cirurgia, pois podem trazer desconforto durante a mastigação e na deglutição.
Deve-se ter o cuidado de restringir atividades físicas nos primeiros dias devido ao risco de sangramento.
Existe risco?
Na maior parte dos casos não ocorre nenhuma complicação, uma complicação rara é a hemorragia que pode levar à reinternação, reabordagem cirúrgica e até transfusão sanguínea.
A imunidade fica comprometida a pós a remoção das amigdalas?
Não. A cirurgia não aumenta o risco de inflamação de garganta, ela pode ocorrer como em toda criança após a cirurgia e geralmente causada por infecções virais. Contudo, a criança não apresentará mais amigdalites que tem um quadro mais severo.
Conclusão
A cirurgia de amígdalas é um procedimento comum e seguro que pode trazer alívio para aqueles que sofrem de infecções recorrentes e outros problemas relacionados às amígdalas. É importante discutir os benefícios, riscos e expectativas com um profissional de saúde qualificado antes de tomar uma decisão. Lembrando que, como em qualquer cirurgia, existem riscos e complicações potenciais, por isso a importância de estar bem informado e acompanhado por uma equipe médica experiente.
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